Frente Patriótica de Libertação Nacional

12 Janeiro 2021

#Nestedia 12 de janeiro, no ano de 1965, o general Humberto Delgado criava em Argel a Frente Portuguesa de Libertação Nacional depois de romper com a Frente Patriótica de Libertação Nacional em outubro de 1964.

Recuando alguns anos, setores da oposição portuguesa, procurando capitalizar a grande mobilização popular gerada pelas eleições de 1958, vinham dando passos convergentes no sentido da criação de uma organização unitária. Nos últimos dias de 1962, numa reunião em Roma, era fundado um movimento unitário oposicionista designado como Frente Patriótica de Libertação Nacional, formulação que englobava a Junta Central de Ação Patriótica e as Juntas de Ação Patriótica. Nesta conferência foi ainda decidido criar uma delegação do movimento no exterior que se fixou na Argélia, onde funcionaria até ao 25 de abril de 1974.

No entanto, na revolucionária Argel as tensões entre as oposições aí representadas tornam-se irreconciliáveis. O movimento será atravessado por disputas entre Partido Comunista Português, a linha de Humberto Delgado e elementos ligados ao Movimento de Ação Revolucionária e à Frente de Ação Popular.

Novas e velhas, estas divergências – em torno do papel a atribuir à frente externa, da importância da questão colonial, da prioridade a dar à luta armada, do dissídio sino-soviético, da disputa pela hegemonia do movimento ou da própria personalidade do general – levam a que Humberto Delgado, que assumira a presidência da Frente em junho de 1964, rompa com a Frente Patriótica de Libertação Nacional e crie a Frente Portuguesa de Libertação Nacional.

Cerca de um mês depois da criação da Frente Portuguesa, Humberto Delgado e Arajaryr Campos seriam assassinados, a 13 de fevereiro, por agentes da PIDE em Espanha, perto da fronteira portuguesa, concretizando assim o plano que vinha sendo delineado pela polícia política desde o início de 1962 após o golpe de Beja.

Imagem: II Conferência da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), realizada em Praga, em 1963. Mário Ruivo, Pedro Soares, Manuel Sertório, Rui Luis Gomes, General Humberto Delgado, Fernando Piteira Santos, Álvaro Cunhal e Tito de Morais. GES/PCP

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