Memórias da minha vida
José Reis Leitão – Lisboa
“(…) Recolhi depois ao Aljube, onde me foi permitida a segunda visita do meu irmão Armando e cunhada Maria de Lourdes (a primeira tivera lugar em 26 de Novembro) e no meu rosto ainda deviam ser bem visíveis os efeitos daquela provação e além disso a minha voz estava quase inaudível. E, como é de calcular, só podia falar de assuntos que fossem trivialidades, pois o pide de permeio entre as duas redes impedia qualquer outro tipo de conversa.
Nos chamados “curros” do Aljube tomei pela primeira vez contacto com uma realidade nova para mim que foi a forma de comunicar com detidos das outras celas contíguas à minha (…)”