Processo “Novas Cartas Portuguesas”
#Nestedia 25 de outubro de 1973, marca-se o início do processo que levou a tribunal as Três Marias: Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno. Juntas, a seis mãos, tinham escrito “Novas Cartas Portuguesas”, partindo das cartas escritas por Mariana Alcoforado. Nestas novas cartas falava-se da condição da mulher durante o Estado Novo, da repressão e da censura do regime, exaltava-se a condição feminina e a liberdade de valores para as mulheres.
Publicado em 1972 pela Estúdios Cor, editora que tinha Natália Correia na direção literária, o livro foi apreendido e proibido ao fim de três dias no mercado. As Três Marias foram alvo de um processo judicial, interrogadas por um agente da Polícia Judiciária especializado em processos de prostituição e presentes a Tribunal. A primeira audiência decorreu a 25 de outubro de 1973, prosseguindo três meses mais tarde, a 31 de janeiro de 1974.
“Novas Cartas Portuguesas” haveria de revelar-se um marco na luta pelos direitos das mulheres e da causa feminista, levando a uma campanha internacional de apoio às autoras. O processo terminou com o 25 de Abril de 1974. A 7 de Maio de 1974 o tribunal haveria de declarar que o livro “Novas Cartas Portuguesas” não era imoral nem pornográfico.
Imagem: Três Marias: Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno.