Operação Mar Verde

21 Novembro 2020

Há 50 anos, #nestedia, tinha lugar umas das mais insanas e megalómanas operações militares do colonialismo português, a Operação Mar Verde.

A caminho da sua crise terminal, o marcelismo, apesar da retórica da “autonomia progressiva”, continuava enrodilhado no impasse colonial e numa guerra sem fim à vista. Ao sabor das contradições, Marcelo Caetano nomeara para o Comando-chefe das Forças Armadas de Moçambique Kaúlza de Arriaga, um ultra e integrista apostado na intensificação do esforço de guerra e na vitória militar, enquanto para a Guiné-Bissau escolhera António de Spínola que parecia trazer uma nova política e alguma mudança.

No entanto, o mesmo Spínola que poucos anos depois viria a defender com estrondo, em “Portugal e o Futuro”, que a solução para a questão colonial não era militar, mas sim política, dá luz verde a uma arriscada operação secreta: a invasão da Guiné-Conacri, a deposição de Sekou Touré, a captura de Amílcar Cabral, a libertação de cerca de vinte portugueses ali presos e a destruição de vários objetivos militares.Violando todas as convenções internacionais, a Operação Mar Verde salda-se num fracasso, nunca tendo sido reconhecida por Portugal, não obstante as várias condenações internacionais, nomeadamente na Organização das Nações Unidas.O preponente da mesma fora Alpoim Calvão, militar que após o 25 de abril retomaria a parceria com Spínola em atividades obscuras, facínoras, violentas e terroristas: o bombismo de extrema-direita e a onda de violência sobre partidos e militantes de esquerda ao longo de 1975 e 1976 que deixou vários mortos e feridos pelo caminho. Malhas que o império tece.

Imagem: Prisão Conakry. Fundação Mário Soares / DAC – Documentos Amílcar Cabral

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