Júlio Pomar

10 Janeiro 2021

Júlio Pomar nasceu em Lisboa, #nestedia 10 de janeiro de 1926, e tornar-se-ia num dos maiores pintores portugueses e num artista plástico multifacetado que avançou pela pintura, o desenho, a escultura, a cerâmica, a gravura, a “assemblage”, a cenografia, tapeçaria, a ilustração e até a literatura e a poesia.

Frequentou a Escola António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto que abandonou depois de uma suspensão disciplinar por envolvimento nas lutas estudantis.

Em 1946 inicia um grande mural no Cineteatro Batalha no Porto que será destruído por decisão governamental, aparentemente como retaliação pelo apoio de Júlio Pomar à candidatura de Norton de Matos. Por fazer parte da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD) e por assinar um manifesto sobre as prisões foi detido em abril de 1947 e enviado para a prisão de Caxias, sendo restituído à liberdade em agosto. Durante o encarceramento em Caxias, onde conhece Mário Soares que desenhará então e mais tarde, fez uma série de desenhos sobre o quotidiano prisional. Julgado em Tribunal Plenário em 1949 foi condenado a 30 dias de prisão correcional e perda de direitos políticos.

A pintura “Resistência” é apreendida na Exposição Geral de Artes Plásticas de 1947, ano em que expõe individualmente pela primeira vez no Porto. Em 1949 é afastado do lugar de professor de desenho no ensino técnico devido à sua participação na candidatura presidencial de Norton de Matos e por ter desenhado o retrato do candidato, muito divulgado durante a campanha.

“A Marcha”, “Resistência” ou o “Almoço do Trolha” são alguns dos seus trabalhos mais vincadamente políticos. Homem de causas, cidadão e resistente, o empenhamento cívico e político pautou não apenas a sua obra, mas também a sua vida.

Em 2004 foi criada a Fundação Júlio Pomar e hoje em Lisboa, na rua do Vale, podemos visitar o Atelier-Museu Júlio Pomar, integrado na EGEAC Cultura em Lisboa.

Imagem: Pintura “Resistência”, 1946

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