Nascimento de Francisco Júnior, o “Pavel”
Francisco de Paula Oliveira Júnior, nasceu neste dia 29 de outubro de 1908, em Lisboa. Conhecido como “Pavel”, pseudónimo que foi buscar a um personagem de “A Mãe”, de Gorki.
Ingressou na Federação das Juventudes Sindicalistas, que acabou por abandonar e ingressar na Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas e no Partido Comunista Português. Operário no Arsenal da Marinha desde os 11 anos, é preso em março de 1933 e, devido às lesões pulmonares de que sofria, colocaram-no no sanatório da Ajuda, evadindo-se em setembro. Seguiu para Espanha e daqui para a Rússia, fixando-se em Moscovo. Em 1935 participou como delegado ao VII Congresso da Internacional Comunista, regressando a Portugal em 1937, passando à clandestinidade. Após a prisão e deportação de José de Sousa e Bento Gonçalves para o Tarrafal, tornou-se secretário-geral do PCP e a 10 de janeiro de 1938 é novamente preso, na sua casa clandestina.
Detido no Aljube, em maio de 1938, conseguiu fugir com a ajuda de um enfermeiro, Augusto Rodrigues, que se juntou à fuga com outro preso em estado de tuberculose extrema, o “Casanova”. De Lisboa seguiram para o Porto e, escondidos no depósito de carvão de um barco norueguês, seguiram para Paris com destino à União Soviética. A suspeição sobre as condições em que ocorreu a fuga levaram ao seu afastamento por parte da Internacional Comunista (IC). Em abril de 1939 exilou-se no México, sob a identidade de António Rodriguez Diaz, obtendo a nacionalidade mexicana em 1941. No México desenvolverá uma intensa atividade como jornalista, escritor, professor e crítico de artes plásticas, amigo de Frida Kahlo e de Diego Rivera, tornou-se num dos mais prestigiados intelectuais, atingindo um reconhecimento internacional.
Voltou a Portugal por duas vezes, após o 25 de Abril a convite da Secretaria de Estado da Cultura e, mais tarde, nos anos oitenta. Faleceu no dia 15 de agosto de 1993, no México.