A Verdade, n.º 9, janeiro de 1934. Biblioteca Nacional de Portugal/Arquivo Museu do Aljube

Américo Gomes

(Lisboa, 1912 — Lisboa, 16.03.1934)

Filho de Elisabete Ferreira e de Alfredo Gomes, Américo Gomes terá nascido em 1912, em Lisboa, onde residia e trabalhava como ajudante de caldeireiro. Militou nas Juventudes Comunistas desde, pelo menos, 1931. Em janeiro de 1932, participou na distribuição de manifestos em inglês aquando da passagem de navios de guerra ingleses pelo Tejo. Integrou a célula da Fábrica Dargent (fábrica de estruturas metálicas e caldeiras) e o Comité de Zona n.º 4 do Partido Comunista Português (PCP).

Foi preso, pela primeira vez, em 26 de setembro de 1932, por suspeita de ter participado na manifestação e comício-relâmpago organizados pela Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas no Largo de Alcântara, em 4 de setembro de 1932, para celebrar o Dia da Juventude. Nesta ação de protesto foi assassinado Alfredo Ruas (ou José Ruas Ferreira) e um dos oradores havia sido Francisco de Paula Oliveira (Pavel).

Libertado a 21 de outubro de 1932, por falta de provas, foi novamente preso pela Polícia de Segurança Pública a 20 de janeiro de 1933 em Alcântara, por distribuir manifestos clandestinos à porta das Oficinas Gerais da Câmara Municipal de Lisboa. Na sua posse teria um revólver que terá disparado para o ar.

Américo Gomes foi julgado pelo Tribunal Militar Especial a 2 de março de 1934 e condenado a uma pena de seiscentos dias de prisão correcional. Pouco depois do julgamento, a 16 de março de 1934, morria na Penitenciária de Lisboa, ao fim de catorze meses de prisão. Tinha 22 anos.

Outros testemunhos