Carlos Consiglieri
Biografia
Carlos Alberto Jorge Consiglieri nasceu em Lisboa a 14 de julho de 1933, numa família antifascista. O tio, Carlos Filipe Rodrigues Consiglieri, estivera preso no Aljube nos anos 1930 e fora brutalmente torturado.
Carlos Consiglieri integrou o Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil, o Partido Comunista Português (PCP) e a Comissão Cívica do Voto. Participou na campanha eleitoral da Oposição para a Assembleia Nacional de 1957. Era, então, funcionário da Câmara Municipal de Lisboa e integrou as greves dos trabalhadores municipais. Após ter participado ativamente nas candidaturas de Arlindo Vicente e Humberto Delgado, foi preso em setembro de 1958. É interrogado e sujeito à tortura da estátua e do sono, durante três dias e três noites, na sede da PIDE. Segue para a cadeia do Aljube, onde passa pela enfermaria e estará cerca de dois meses em isolamento. Em junho de 1959, é transferido para Caxias, onde protagoniza numerosos protestos, levantamentos de rancho e greves de fome e é alvo de castigos vários, nomeadamente uma semana no “segredo”. Condenado em dezembro de 1959 a dois anos e dois meses de prisão, ao que se seguiram medidas de segurança, totalizando cerca de cinco anos de prisão. Em novembro de 1963 é-lhe concedida liberdade condicional. Após a libertação, estabelece-se em Cabo Verde com residência fixa. Torna-se militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Acabará por ser preso em 1967 na sequência de uma manifestação. Após uma greve da fome, é enviado para Lisboa, de onde parte rapidamente para França. Em Paris liga-se a movimentos maoistas, conclui a licenciatura em Economia na École des Hautes Etudes e dará aulas. É autor de vários livros, professor em várias escolas e faculdades, colaborador de universidades seniores e foi vereador da Junta de Freguesia de Benfica.
Data de Recolha: 18.01.2017
Palavras-Chave: MUD Juvenil, PCP, Eleições de 1958, Prisão, Família, Prisão do Aljube, Interrogatórios, Tortura, Caxias, Solidariedade, PIDE, PAIGC.
