: Ribeiro Santos. Meeting em Económicas no dia 14 de Novembro pelas 16.30, 30 dias após o funeral

Fundo Viegas Rosa

O Fundo Viegas Rosa é composto pelas seguintes Secções: Boletins diversos, comité de apoio popular às lutas revolucionárias dos presos políticos nas cadeias fascistas; comunicados; imprensa; liga comunista; movimento cooperativista; movimento estudantil; movimentos de libertação; movimento reorganizativo do Partido do Proletariado; panfletos; Partido Comunista Português; Partido Comunista Português(reconstruído); Unidade Revolucionária Marxista-Leninista; outros assuntos.

CONSULTE O FUNDO DE VIEGAS ROSA

Nota biográfica de António Manuel Viegas Rosa

António Manuel Viegas Rosa nasceu em 1949 em Luz de Tavira, no Algarve, e estudou no Liceu Nacional de Faro. São anos marcados pelo assalto ao Santa Maria, o início da guerra colonial, a revolta de Beja ou o desvio do avião da TAP proveniente de Casablanca que sobrevoou a cidade de Faro, lançando milhares de panfletos.

Em 1967 vem para Lisboa estudar Medicina, ano das grandes cheias na capital e arredores, momento marcante no movimento estudantil. O ambiente é marcado pelo maio de 1968 e as manifestações contra a guerra do Vietname e a guerra colonial.

Viegas Rosa trabalhava na secção editorial da Associação de Estudantes, onde se produziam materiais clandestinos, quando entra para a recém-criada Esquerda Democrática Estudantil (EDE) mas já não integrará o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP). Participará ainda no movimento cooperativo e integra a direção da Livrelco.

No dia 12 de outubro de 1972 está presente no anfiteatro do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF), onde decorria o meeting contra a repressão e o imperialismo, quando José Ribeiro dos Santos é assassinado pela PIDE/DGS. Por ser estudante de Medicina, acompanhará Ribeiro Santos, ainda com vida, ao Hospital de Santa Maria, onde acaba por morrer.

Durante o cortejo fúnebre do estudante assassinado pela PIDE/DGS, Viegas Rosa é apanhado pela repressão policial, conseguindo escapar e estar presente no funeral no cemitério da Ajuda. Seguir-se-ia um período de cerca de um mês de semiclandestinidade e em 1973 integra uma célula do Comité Revolucionário Marxista-Leninista (CRML).

Depois do 25 de Abril fará parte da redação do jornal Lutar no Mar, Lutar em Terra, dedicado à organização política no Algarve, em particular na zona do Sotavento. Durante o período revolucionário participa ainda no Serviço Médico à Periferia, em Aljustrel, e na Comissão de Moradores do bairro de Santos (Rego), em Lisboa, dinamizando a distribuição de casas pela população carenciada, trabalhos de alfabetização, o apoio médico ou a venda a preços justos dos produtos agrícolas das cooperativas da Reforma Agrária.

Alguns documentos que pode encontrar no Fundo Viegas Rosa.