“Revolução e as lutas pela habitação”
A propósito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o ciclo “E se trocássemos umas ideias sobre a Revolução?”, com a sessão “Revolução e as lutas pela habitação” com António Brito Guterres, Catarina Alves Costa e Lia Antunes.
Lia Antunes é arquiteta e investigadora, graduada em 2012 pela Universidade de Coimbra. Além da prática da Arquitetura na reabilitação de casas e no desenho de espaços expositivos, tenho desenvolvido trabalho de investigação sobre a História da Arquitetura e os contributos das mulheres – arquitetas e não-arquitetas – no desenho e na negociação do espaço construído, o desenho de estratégias participadas e potenciadoras do direito à habitação e do direito à cidade, e a crise climática com perspetiva de género. Estou a terminar a tese de doutoramento em Arquitetura (Darq-UC & CIEG-ISCSP/ULisboa, financiada pela FCT) sobre as intervenções das mulheres, moradoras e técnicas, no Processo SAAL (1974-1976), com foco em Setúbal. Com Vanessa Amorim, Jaime Pinho e Alberto Lopes, escrevemos o foto-livro Outro Mundo no Mesmo Lugar. Setúbal 25 de Abril de 1974. A cidade das barracas (2024). Cofundadora da associação Mulheres na Arquitectura (desde 2017) e integra o El Collective dedicado à arte, ciência e alterações climáticas. Tenho participado em congressos, mesas redondas temáticas e em trabalho coletivo e em rede, a nível local, nacional e internacional.
Catarina Alves Costa é realizadora e antropóloga. Realizou, entre outros filmes, Margot (2022), Pedra e Cal (2016), Falamos de António Campos (2010), Nacional 206 (2009), O Arquiteto e a Cidade Velha (2004), Mais Alma (2000), Swagatam (1998), Senhora Aparecida (1994) e compartilhou a realização de Um Ramadão em Lisboa (2019). Em Janeiro de 2025 será lançado o seu próximo filme, intitulado Orlando Pantera.
Formada em Antropologia, fez o Mestrado no Granada Centre for Visual Anthropology da Universidade de Manchester, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e o Doutoramento na Universidade Nova de Lisboa com a tese Camponeses do Cinema. Representações da Cultura Popular no Cinema Português.
É Professora Associada da Universidade Nova de Lisboa e Presidente do Centro em Rede em Antropologia / CRIA. Recebeu entre outros, o Visual Anthropology Award do Tokyo Documentary Film Festival (2024), Prémio Melhor Documentário do Festival de Filme Etnográfico de Recife (2019), Prémio da Crítica nos Caminhos do Cinema Português (2009), Prémio Planéte no Bilan du Film Ethnographique (1999), o Prémio de Excelência da Society for Visual Anthropology American Anthropological Association Film Festival, EUA e o 1ºPrémio do festival VII Rassegna Internazionale di Documentari Etnografici (1996). Escreveu recentemente o livro Cinema e Povo, 2022, Edições 70.
António Brito Guterres, é assistente Social com pós-graduação em Estudos Urbanos e doutorando na mesma área temática. Também tem formação em foresight pela School of International Futures. É investigador no Dinâmia-Cet ISCTE – IUL. Entre vários estudos, foi um dos autores das «Estratégias para a Cultura da Cidade de Lisboa». É membro do Conselho Geral da Universidade Nova de Lisboa. Coordenou projetos com jovens através do Programa Escolas. Foi Diretor do Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira (CEA-VA), concebendo com parceiros e artistas locais toda uma programação cultural, artística, e educativa para o território. Acompanhando essas iniciativas, coordenou todo o processo participativo para definição de funções e projeto arquitetónico do Centro de Experimentação até à sua inauguração. Acumulou às funções de Director do CEA-VA as de Chefe de Projeto da Iniciativa Bairros Críticos do Vale da Amoreira, responsável pela requalificação do espaço público, respostas sociais, educação e emprego, e governação integrada. Nos últimos dez anos foi quadro da Fundação Aga Khan Portugal, coordenando projetos territoriais, de desenvolvimento local, de expressão artística e cultural. Na mesma instituição e até ao fim de 2022, foi durante quatro anos diretor do programa de sociedade civil e do programa de urbano «K´cidade»