Fernando Correia e João Paulo Guerra

Biografia

Fernando António Pinheiro Correia nasceu em Coimbra a 4 de julho de 1942 numa família comunista. A casa dos pais era um ponto de apoio aos resistentes, nomeadamente a caminho do exílio.

Depois de entrar para o curso de Filosofia na Universidade de Lisboa, foi dirigente da Pró-Associação da Faculdade de Letras e do Centro Desportivo Universitário de Lisboa (CDUL), participando em diversas lutas académicas, aderindo, em 1962, ao Partido Comunista Português (PCP). Iniciou a carreira jornalística em 1966 no Diário de Popular. Foi chefe de redação da Seara Nova e trabalhou também no Diário de Lisboa. Foi detido a 18 de abril de 1974 e levado para o Forte de Caxias, de onde saiu na madrugada de 27 de abril, dirigindo-se à redação do Diário de Lisboa para entregar a peça «Depoimento de um jornalista do Diário de Lisboa hoje libertado em Caxias».

Depois do 25 de Abril, foi redator jornalista e subchefe da redação do Avante!, participando no lançamento do seu primeiro número na legalidade. Colaborou com diversas publicações: Vida Soviética, O Militante, Vértice, Seara Nova, Jornalismo e Jornalistas ou AbrilAbril. Integrou os corpos gerentes do Sindicato dos Jornalistas e do Clube dos Jornalistas. Foi membro do Conselho de Informação para a Imprensa e do Conselho de Opinião da RTP. Dedicou-se à atividade académica e docente e à investigação no domínio do jornalismo em várias escolas e universidades.

João Paulo Guerra Baptista Coelho Vieira nasceu em Lisboa, em abril de 1942. A mãe, Maria Carlota Álvares da Guerra, fora fundadora da revista Crónica Feminina.

Ainda estudante universitário, estagia na Rádio Renascença (RR), num programa em que participavam, entre outros, Fernando Correia, Lauro António, João Mota, Daniel Ricardo ou a irmã Maria do Céu Guerra. Seguir-se-iam dez anos no Rádio Clube Português (RCP), interrompidos por dois anos e meio de serviço militar em Moçambique, como alferes miliciano “caçador”.

Passou pela Emissora Nacional (1974), onde foi chefe do Gabinete de Estudos e Planeamento da Direção de Programas (1974-75). Foi correspondente em Lisboa da Rádio Nacional de Angola (1976-77), fundaria a Telefonia de Lisboa e trabalharia na TSF e na Antena 1. Foi chefe de redação do Notícias da Amadora e trabalhou e colaborou com Diário de Lisboa, A Capital, República, O Diário, O Jogo, Público, O Jornal ou Diário Económico.  Autor de várias obras de investigação e ficcionais, em que dará particular atenção à guerra colonial.

Recebeu dezenas de prémios ao longo de uma notável carreira como jornalista e radialista. Politicamente, João Paulo Guerra envolveu-se na luta contra a ditadura e esteve ligado ao Partido Comunista Português (PCP).

Data de Recolha: 04.10.2017

Palavras – Chave: Jornalistas, Censura, Rádio Clube Português, Censura na Imprensa e na Rádio, Guerra Colonial, Sociedade, Repressão aos Jornalistas.

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