Recorte do jornal A Voz sobre os acontecimentos ocorridos por ocasião das manifestações do 1.º de Maio. Pasta: 09795.025. Fundação Mário Soares e Maria Barroso/Alberto Pedroso

Luís Guerra Correia

(1897 — Lisboa, 01.05.1931)

No «ano de todas as revoltas» a violência policial abate-se mortiferamente sobre as comemorações do 1.º de Maio de 1931. Luís Guerra Correia, nascido em 1897 e empregado da companhia petrolífera Shell e residente em Lisboa, foi uma das quatro vítimas mortais da repressão policial sobre as manifestações do 1.º de Maio em Lisboa, em que se registaram dezenas de feridos e outros três mortos: Armando Gomes Silva, Manuel Coelho e José Dias da Costa Pereira.

O 1.º de Maio de 1931, muitas vezes recordado, não obstante a brutal repressão, como o último 1.º de Maio livre será um momento de grande contestação e de importantes manifestações contra a Ditadura Militar, após um início de ano marcado pela «Revolta da Madeira», por protestos estudantis e pela morte do estudante João Martins Branco.

As centenas de pessoas, convocadas pelos meios operários, sindicais e estudantis, que se concentraram na zona do Rossio foram dispersas com grande violência pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela Guarda Nacional Republicana (GNR) com sabradas e tiros de espingarda e metralhadora.

Luís Guerra Correia foi uma das vítimas dos tumultos e do fogo das forças policiais e militarizadas. Tinha 34 anos.

Outros testemunhos