Álvaro Pato

Biografia:

Álvaro Monteiro Rodrigues Pato nasceu 4 de março de 1950 em Lisboa numa família de resistentes fustigados pela PIDE/DGS. A avó, Maria da Conceição Rodrigues Pato, foi a mulher que, entre 1949 e 1974, mais anos passou nas prisões da ditadura visitando os filhos, a nora ou o neto. O tio, Carlos Pato, morrera em 1950 na prisão de Caxias devido às torturas da PIDE. Outro tio, Abel Pato, estivera preso no Aljube nos anos 1950. A companheira do pai, Albina Fernandes, suicidar-se-ia em 1970 em resultado de problemas psicológicos relacionados com a prisão e a tortura. Os pais, Antónia Joaquina Monteiro e Octávio Floriano Rodrigues Pato, ambos militantes do Partido Comunista Português (PCP), estavam na clandestinidade quando Álvaro nasceu. Com 16 meses, foi, então, viver com os avós paternos. Só voltaria a ver o pai aos nove e a mãe aos 13 anos. Depois da prisão em 1961 do pai e da companheira, Álvaro passará os anos seguintes a visitá-lo na cadeia de Peniche, acampando no parque de campismo local durante o período de férias.

Participa na secção cultural da União Desportiva Vila-franquense e por volta dos 16 anos entra para o PCP. Avisado pelos avós de que a GNR o procurava, entrou numa situação de semiclandestinidade. Mobilizado para a tropa em 1971, deserta em abril de 1972. Entra então na clandestinidade onde, numa reunião no Porto, reencontra o pai também clandestino. Estava envolvido na organização do movimento de jovens trabalhadores na margem sul, quando é preso em maio de 1973, após denúncia de um camarada, Silvano, que era, afinal, informador da PIDE.

Depois de passar pela delegação da PIDE em Setúbal, seguiria para Caxias. É sujeito a brutais torturas. Sofreu 11 dias e 11 noites de tortura do sono, sem nada dizer à polícia política. Será libertado da cadeia de Caxias no dia 27 de abril de 1974.

Data de Recolha: 04.12.2019

Palavras-Chave: Família, PCP, Semi-Clandestinidade, Prisão, Caxias, Interrogatório, Tortura, Julgamento.

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