Artur Pinto e Filipe Rosas

Biografia

Artur Eduardo Pires Alexandre Pinto nasceu a 15 de novembro de 1942 em Castro Daire. Distinguiu-se no combate à ditadura e, já em democracia, no combate pela preservação e valorização da memória da resistência.

Participou em 1958 na campanha eleitoral do general Humberto Delgado para a Presidência da República. Entre 1961 e 1965 frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, notabilizando-se nas lutas académicas e como dirigente estudantil entre 1963 e 1965.

No dia 21 de janeiro de 1965, Artur Pinto e dezenas de outros estudantes são presos pela PIDE, após a denúncia de um dirigente estudantil que passara a colaborar com a polícia política. Preso na Cadeia do Aljube, Artur Pinto seguirá depois para Caxias. Em agosto de 1965 foi condenado, em Tribunal Plenário, a 16 meses de prisão, saindo em liberdade com pena suspensa. Em 1969 participa na Comissão Democrática Eleitoral (CDE).

Após o 25 de Abril de 1974 integrou os Serviços de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e Legião Portuguesa e fez parte da Secretaria de Estado da Organização Regional e Local do IV Governo Provisório. Destacar-se-á, nas décadas seguintes, como um dos mais importantes ativistas na preservação da memória da resistência. É um dos fundadores do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM) e desempenhará um importante papel na criação do Museu do Aljube Resistência e Liberdade, com o qual colabora de forma regular, nomeadamente como membro do Conselho Consultivo ou através da doação de parte do seu espólio.

Filipe Manuel Mendes Rosas nasceu a 8 de fevereiro de 1945 em Lisboa, onde vivia e estudaria Medicina. Aos 15 anos participa na romagem ao cemitério do Alto de São João por ocasião do 5 de outubro de 1960, sofrendo a primeira carga policial da sua vida. No início da década de 1960, ainda estudante de liceu, adere ao Partido Comunista Português (PCP). Em janeiro de 1965, é preso em casa juntamente com o irmão Fernando Rosas. Uma denúncia de um funcionário do PCP, que passara a colaborar com a polícia política, levará a prisão dezenas de estudantes. Seguirá para a Cadeia do Aljube e, depois, para a prisão de Caxias. Pelo meio é espancado na sede da polícia política. Sai em liberdade, após o julgamento em agosto de 1965, e integrará, mais tarde, a Esquerda Democrática Estudantil (EDE) e o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletário (MRPP). Em 1971, para evitar uma segunda prisão, segue para o exílio em Paris, durante o qual participa na Organização dos Portugueses Emigrados e Exilados.

Regressa a Portugal no dia 1 de Maio de 1974. Médico anestesiologista, foi diretor-clínico do Hospital de Santarém e esteve na fundação do Bloco de Esquerda.

Data de Recolha: 18.05.2016

Palavras-Chave: Movimento Estudantil, Prisão do Aljube, Crise Académica de 1962 e 1965, Família, Violência Policial, Manifestações, PIDE, PCP, Guerra Colonial, Interrogatórios, Tortura, Julgamentos, Caxias.

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